quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"PITACOS" DE UM APRENDIZ DA EDUCAÇÃO III

Neste meu terceiro pitaco, vou apresentar minhas respostas dadas diante de uma uma entrevista. Tenho um irmão em Cristo que está cursando Teologia na Faculdade Batista de São Paulo e enviou-me um questionário como pesquisa de campo para que eu respondesse. Creio que as perguntas e as respostas podem ser úteis para você a título de conselhos. Não estou dizendo que seja o "ponto final" nessas questões, mas ao menos você vai saber como é a minha forma de trabalhar esboços e mensagens.
Pois bem, vamos lá!

Entrevista

1. Normalmente quanto tempo você investe na preparação de um sermão? 
Em geral diria que não menos que uma semana... digo isso porque como frequentemente prego séries de mensagens, tenho uma visão geral do assunto a ser abordado em um determinado número de domingos e semanalmente vou dispondo o assunto e alinhando-me para o que será pregado no próximo domingo. Diria que já saio do púlpito preparando-me para o próximo domingo.

2. Quais materiais você utiliza como ferramenta de auxílio para a preparação do sermão? 
Como material de consulta indispensável tenho dicionário linguístico e bíblico, comentários bíblicos e a “internet” (é claro que não pode faltar a Bíblia em várias versões). 
Dentro desse quesito quero fazer um adendo que não estava na resposta original. Não se esqueça jamais de citar as fontes de consulta. Muitos pregadores acabam usando frases ou pensamentos como sendo seus mas que na realidade são de outros. Não podemos esquecer de que isso é "plágio". Não há demérito algum em usar uma citação de outro autor desde que não a usemos como sendo nossa mas citemos a fonte. Leve em consideração de que no exato dia em que você estiver se referindo a uma frase como sua, alguém pode estar na plateia e saber exatamente que aquele pensamento não é seu. Nunca me esqueço de uma ocasião quando viajei para Borda da Mata-MG e recebi de um irmão uma coleção de jornais que se chamavam "O Amigão do Pastor" que continham artigos, estudos e reflexões. Este jornalzinho existe até hoje só que agora na forma eletrônica. Você pode requisitá-lo via e-mail (ao término do artigo deixarei o endereço). Voltando para casa de ônibus em um sábado lembro-me que vim "degustando" a coleção de jornais e me deliciando com vários artigos interessantes. No mesmo sábado tínhamos um Culto de Aniversário da União Feminina da Igreja em que eu congregava e lembro-me como se fosse hoje de que o pregador subiu no púlpito e em sua palavra inicial fez a seguinte consideração:
- Estive em oração para saber o que pregar hoje e Deus me deu uma mensagem que quero compartilhar com vocês!
A partir daí ele desenvolveu o tema que girava em torno das características da mulher que honra a Deus. À medida que o pastor pregava cada ponto ia soando em minha mente como algo "familiar"... parecia que eu já havia escutado aquele sermão! Quando cheguei em casa, matutando sobre o assunto me veio à mente os jornaizinhos que vinha lendo no ônibus. Não deu outra! Lá estava em um dos exemplares de 1986 se não me engano, o sermão, me perdoe pelos termos, "cuspido e escarrado" com exceção de que o pastor mudou o título de "As características do homem que Honra a Deus" para "As características da Mulher que Honra a Deus". Que feio! Não haveria nenhum problema em pregar o sermão, mas que o pastor fosse honesto em dizer que não era seu!

3. Normalmente que tipo de sermão é pregado? (textual, temático, expositivo)
Tenho mesclado todos os tipos procurando variá-los a cada série de mensagens. No último domingo, por exemplo, terminei uma série de mensagens que era temática. Abordei por 10 domingos o tema Cristo, o Incomparável onde fiz um acróstico com a palavra incomparável utilizando qualidades de Jesus que fazem dEle alguém incomparável. Anteriormente já havia pregado o Evangelho de João expositivamente, como também o Livro de Gênesis  Em outra série abordei as vitórias e derrotas de vários personagens da Bíblia em sermões biográficos. Esses são apenas alguns dos exemplos; enfim, tudo vai conforme o Espírito Santo nos orienta.

4. Você investe algum tempo “ensaiando o sermão”? Se sim, explique. 
Sim, com vistas a deixar o conteúdo bem solidificado no coração. Faço isso enquanto dirijo, aproveitando o tempo “ocioso” ao enfrentar o pesado transito. Normalmente aproveito para gravar o “ensaio” e ouvi-lo posteriormente. Dessa forma Deus vai falando ao meu coração e durante a semana o Espírito vai orientando as mudanças e os ajustes necessários, como também outros textos adicionais e ilustrações que podem ser incluídas. Quando subo no púlpito o sermão já falou ao meu coração e dessa forma sinto mais liberdade na exposição. 

5. Você costuma pedir para alguém (capacitado) fazer uma avaliação crítica do sermão pregado? Por que?
Na realidade minha maior avaliadora acaba sendo minha esposa que me acompanha desde o início do ministério e sempre faz suas considerações com sinceridade e objetividade. Mas sou sincero em dizer que o maior retorno vem é do resultado que a Palavra tem na vida daqueles que a ouvem. Mudança de vida e de caráter acaba sendo a avaliação mais crítica para o pregador, pois a fé vem pelo ouvir e o ouvir a Palavra de Deus. Ver a Palavra moldando o caráter daqueles que a ouvem e aplicam é o maior retorno que o pregador pode ter. 

6. Em sua opinião qual deve ser a postura do pregador no púlpito?
A postura do pregador no púlpito deve ser de credibilidade e autoridade naquilo que prega. Respeitar a Palavra e os ouvintes. Costumo dizer que o pregador precisa ser além de respeitador, empático, autêntico (ser o que é e não um personagem) e cheio do Espírito Santo. 

7. Em sua opinião qual é a importância da oração e da dependência do Espírito Santo para a vida do pregador?
Sem demagogia diria que a dependência é total. O versículo bíblico que reza a minha vida como pregador e anunciador da Palavra é: “...não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifica...” II Co 3:5 e 6. Jamais quero pensar que o “poder” estaria no método ou na eloquência, mas sim no poder do Espírito. Se o Espírito não convencer e trouxer vida, de nada adianta todo o trabalho e técnica desenvolvidos. Vou usar as máximas: o bom sermão exige transpiração (homem) e inspiração (Espírito) e deve ser elaborado de joelhos e não sentado.

Um abraço
Pr. Joel Barbosa
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Um comentário:

Noemi disse...

Bendiciones, les visito de El Salvador, desde mi blog www.creeenjesusyserassalvo.blogspot.com
MI TESTIMONIO PARA LA GLORIA DE DIOS